segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Votos de feliz natal e próspero ano novo 2012

Para todos os meus seguidores e amigos ocasionalmente visitantes desta página:

Luís Montalvão, Manel Sousa Cardoso, Maria Paula, Marília, Maria Andrade, Flávio Teixeira, Fábio Carvalho,Inês Veríssimo, Tina(Brasil),João Pinto, Jorge Saraiva, Ricardo Ferreira, If e, outros que sei me visitam mas não deixam os seus comentários,sinto pena...(Manel Dias, Arnaldo, Jade,Zé Ribeiro, Luisinha e,... ) claro anónimos.
Desejo votos de saúde, paz e amor. Sim, porque os afetos ajudam a superar dificuldades!

Convido todos a entrarem na minha casa...no hall da entrada: azulejo da fábrica Cavaco assinado, emoldurado comprado há anos na feira da ladra por 5€, retoquei como pude a moldura.Abaixo dele floreira assinada de faiança da Viúva A. Oliveira de Coimbra também comprada ao Fontinha na feira da ladra, cara, 20€ pela raridade.


Três casas, 3 presépios. Escolhi para vós o da 2ª casa. Aos pés do meu oratório junto às minhas pedras improvisei o meu presépio numa cesta de verga branca,serviu para levar piqueniques para a romaria da Nossa Senhora das Dores em Pousaflores,era degustado na Chousa debaixo dum qualquer frondoso e secular carvalho.
Numa fazenda da minha irmã apanhei ramagens de urze, oliveira, medronheiro e outras espécies. Havia imensos cogumelos.O medo deles por não os conhecer fez que nunca tivesse apanhado um. Pois naquela tarde soalheira deu-me na veneta, apanhei alguns, aproveitei enfeitar o presépio com eles. A minha mãe chamou-me...doida!

A minha criatividade tem momentos de excentricidade.Coisa feita às pressas. Gostei de o fazer aos pés do meu oratório junto das minhas Pedras e dos penicos a servir de floreiras, elementos fundamentais para me sentir feliz, o candelabro de latão por ser tão alto ficou no chão alumiar o presépio.




A todos, desejo BOAS FESTAS.
No sapatinho...beijinhos!
No meu já recebi antecipado, coisa de modernices: 2 tampas de terrina sem a pega por 2,5€ cada na Figueira da Foz...adorei-as na mesma, não sou esquisita,já as deixei penduradas, espero que gostem, uma de Miragaia, a outra de Coimbra.
O meu natal está previsto ser passado este ano na 3ª casa, na rural. Aqui o presépio acompanha a pequenez da casa: uma cabaça cortada na parte da frente, dentro dela uma sagrada família em terracota assinada pela Maria Sidónio, eletrificada, por dentro é pintada de azul com uma estrela, uma oferta com mais de 30 anos em Lisboa, ladeada por duas candeias de esmalte ás pintinhas, de resto a condizer com a restante decoração desde que as faianças "voaram"!
Até para o ano meus queridos!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Faiança de Coimbra (?) com as Armas de Portugal coroadas

Estive ausente uma semana e piques...Ao chegar, dei uma olhada pelos blogs, vi um post muito interessante, o costume, da Maria Andrade com este motivo invocando a Restauração de 1640. Curiosamente em miúda tive na minha mão um brinco de ouro com esta alusão encontrado num quintal da antiga estalagem da Maria da Torre no Bairro de Santo António lugar onde vivi 20 anos, atrás da qual existia uma cisterna onde se diz deixavam morrer os forasteiros na sua passagem de, ou, para Lisboa depois de espoliados...relata o adágio que em nada abona esta terra, mesmo assim aqui o escrevo"Ansião terra de trinta moradores e trinta e um ladrão..."
Comprei este prato na feira da ladra há coisa de um mês com um grande "cabelo" mas o motivo valia. Sempre adorei brasões, e o das Armas de Portugal nem se fala.
Tardoz em massa malegueira, esmalte em tom grão .Os brasões foram muito pintados em fábricas do norte como Fervença e Bandeira. Prato covo com policromia na decoração, brasão com as armas de Portugal  - curiosamente nas quinas metade pintado em azul, cercadura estampilhada nunca vi outra igual, filete largo em amarelo debruada a outro fino a preto podem evidenciar fabrico de Coimbra.
O tom esmaltado rosado deve-se à temperatura da fornada. Uma grande possibilidade tratar-se de fabrico de Aveiro - pelo filete no bordo da aba delimitado por outro fino preto - uma carateristica da pintura por estas terras da ria.
Coloquei-o abaixo dum pequeno prato atribuído a Fervença (?) - brutal as diferenças na cor do esmalte e no traço do manganês esborratado e neste não.


A particularidade do brasão nas quinas  estar metade pintado a azul tal como o meu prato. O que pode evidenciar a tempo do D. Pedro com coroa no Brasil e em Portugal(?).

Enigma para se atribuir a Bandeira  (?) é a tira amarela canária uma carateristica de Coimbra. Esta é mais ocre e no rebordo e em Darque geralmente são duas tiras e muito mais claras.

Prato semelhante da minha amiga Isa Saraiva


domingo, 27 de novembro de 2011

Companhia das Indias


Porcelana MING
Julgo não ser uma peça fácil de comprar,talvez pelo indecifrável do desenho(?)...só um apreciador de porcelana oriental confere o devido valor à peça.
No caso apaixonei-me,tenho outro muito semelhante, embora mais pequeno.
Enriquecem o meu hall de entrada juntamente com uma série de pratos em porcelana azul dita Cantão possivelmente atribuídos ao reinado de Jiaquing 1796/1820, nos cantos em jeito de remate dois exemplares de cães de Fó, os maiores também comprados no mesmo vendedor ontem...hoje de manhã o meu marido ao sair mirava-os...saiu-lhe da boca " olá guardiões da casa"...gostei mais deste novo enfeite do que laços e anjos de Natal!
Porcelana Cantão Azul e Branca
O conjunto decorativo em porcelana da China torna o espaço da entrada belo, no entender cá de casa....
Festival de namoro de feira em feira há coisa de dois meses...não só eu como o colega do vendedor que habitualmente ao pé dele abanca e nele compra muitas peças para revenda,algumas vezes atrasada, a ele as compro com o preço inflacionado da recompra feita à segundos... no caso, gosto e muito, se compro bem...o que nem sempre acontece! Quis o destino que hoje lhe ganhasse a dianteira, porque o namorou novamente, confidenciou-me o vendedor.
O preço foi convidativo,leves esbeiçadelas no rebordo, trata-se de um vendedor que classificaria de primeira linha, a quem compro as melhores peças e mais em conta, ainda por cima um homem moreno,interessante e charmoso!
Trata-se de uma peça de porcelana fabricada na China
Dimensões (cm):altura: 2,9; diâmetro: 19,9
Na especialidade trata-se de um prato covo em porcelana de Foukien destinada à exportação de finais do séc. XVI aos inícios do séc. XVII, frequentemente chamada de porcelana de "Swatow", feita principalmente para o mercado asiático, era, no entanto conhecida na Europa desde os inícios do séc. XVIII. Se exceptuarmos alguns vasos, a maioria daquela produção compreende grandes pratos e taças de uma forma irregular e com uma pasta grosseira.
O desenho tem falta de finura, mas tem o mérito da espontaneidade.O traço é espesso, o azul ligeiramente acinzentado, mas deslavado.
Prato de forma circular, suportado por um pequeno frete, foi moldado numa porcelana espessa e grosseira.
A decoração tanto interior como exterior apresenta um desenho aparentemente não identificável em vários tons de azul sob um vidrado branco acinzentado e opaco, para mim um DRAGÃO,para o meu marido um ESCORPIÃO, identificável no prato mais pequeno, consegue distinguir a cabeça, e até virou os pratos de modo que a haste em arco virada por cima da cabeça lhe confere essa semelhança, ficam as dúvidas!
No centro do fundo encontra-se uma marca de letra chinesa não identificável.
Outro prato covo de menor dimensão com 15,5 CM
Textura igualmente grosseira embora mais leve o que denota tratar-se de uma peça de fabrico mais recente que o primeiro prato.
Tardoz dos dois pratos assinados
Datação (?)
No Palácio Nacional de Sintra existe um exemplar do mesmo tamanho do primeiro de tonalidade azul cobalto datado do século XVII d.C. - Dinastia Ming- reinado Wanli 1573 - 1620.
  • Independentemente da época de fabrico,seguramente são muito antigos,poderão ter sido fabricadas no reinado de Quialong 1736 - 1795 ou à posterior.
Curiosamente tenho-me dado conta que as peças mais antigas que tenho encontrado estão marcadas em detrimento de outro fabrico à posterior como o Cantão azul, Mandarim e...
Os dois exemplares é legado para deixar à minha filha que aprecia imenso esta porcelana. 
As feiras tem o condão,a magia da compra e da venda, de licitar, do leilão, da oportunidade,do azar,do buliço,do vaivém de gente, da conversa, da partilha e das estórias que se ouvem no entretanto do compasso de espera nos corredores atrofiados e entupidos de pessoas a ir e a vir...umas antigas peixeiras que entraram neste negócio há coisa de ano e meio, uma senhora pergunta o preço de um candeiro pequeno, uma das vendedoras pergunta à outra de "olhão, a mandante, a chefa", matreira, espertalhona com uma grande lata, vira-se para a cliente e diz "a esse posso fazer-lhe 100€"...reparei que nos últimos tempos deram para comprar ao alfarrabista que lhe fica de banca nas traseiras, catálogos de leilões,por comparação fazem preços, que das peças não sabem,em rigor nada de nada ( numa das feiras que vendi em frente delas vim embora mais cedo porque não suportava mais o alarido que faziam à volta dos clientes com os catálogos, com conversas, só mesmo quem é incrédulo e desconhecedor ali continua a parar...à 3º compra percebi como funcionava, infelizmente ou não, comprei-lhes um prato coberto inglês sem marca, vendido como sendo Sacavém com uma grande estória "que o tinha deixado de vender na feira da ladra porque o senhor ateimou no preço,ela foi mais teimosa do que ele e,"...enfeitiçada -, a peça era de facto bonita, última compra,na banca já nem paro, apenas cumprimento...o meu marido ainda me fez a observação " tem de pagar a carrinha nova"...nisto, uma vendedora madura de chapéu na cabeça,perna trocada, sentada no banco de jardim de encosto na banca, aspeto azeitado,possivelmente ainda não se tinha estreado demonstrou das coisas que vende pouco saber...interpelada por um freguês sobre o preço de uma travessa "cavalinho" num ápice se levantou e respondeu "é da coroa...o bom homem espantado disse-lhe" é de quê? " remata ela " é da coroa, da coroa..." na vez de dizer é uma peça de Sacavém do ano de...veja o carimbo no tardoz tem a coroa impressa na pasta que a identifica como sendo da Real Fábrica que na altura usava o símbolo da coroa...argumentos para motivar o comprador que gosta de saber, aprender...ainda estive de conversa com outro vendedor, o Rui que me confidenciou o negócio estar parado,há muita gente a saber muito de velharias, já não se vende como antigamente...aproveitei o ensejo e disse-lhe "todos aprendemos uns como os outros, quando uma peça não está marcada temos de analisar os pormenores e assim classifica-la o mais correto possível na origem"...espantado pergunta como faço isso...respondi...lembra-se há tempos de me ter vendido um prato motivo cantão popular como de Miragaia e que na altura eu disse-lhe que não seria...você vira-se para mim e responde "já me passaram pelas mãos dezenas deles, sei do que falo..."...calei-me...em casa analisei ao pormenor o prato, pelo desenho, muito identificável a palmeira incompleta, a cor do azul, o rebordo e ainda uma marca impressa na massa um "V" de Vandelli de Coimbra....ficou sem fala! 
  • Naquilo diz-me "aqui o da frente agora uma senhora perguntou-lhe se um prato era ratinho...ele disse-lhe que sim, sem saber se era...depois remata, sabe nesta arte não se pode ensinar tudo ao cliente...ao que respondi " a pessoa que fala é um analfabeto em faiança, não pesca nada de nada, o argumento, a estória para concretizar a venda é sempre o mesmo,não tem memória visual, e faz falta...só sabe pedir dinheiro, isso sabe e bem, por isso as peças na banca andam meses e meses, anos, nunca reparou?...ficou espantado com a minha observação!
Talvez pelo meu passado profissional faz sentido para mim que na arte de vender devem coexistir atributos,feeling para encantar o cliente, conhecimento e destreza para concretizar com arte o negócio a contento de ambas as partes e até para o fidelizar e voltar.
  • Em remate o vendedor dos cães de Fó e do prato é um homem de cariz sério, atencioso, na banca tem vários preços para todas as carteiras, nos que o não são faz sempre desconto, remata o negócio com um sorriso doce, um dos meus favoritos e habitués!

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...