sábado, 31 de maio de 2014

Pia de água benta da Fábrica E.L.A de Aveiro

Pia de água benta  encimada por cara de anjo.
Pintada em policromia em fundo azul claro e debruada a filete fino azul.
A pia com reservas de cruzes intervalada por filetes largos  a vermelho e ocre, e no meio uma circular de bolinhas azuis, em baixo com flores, terminado em bico com  filetes amarelo e vermelho.
O corpo da pia  tem uma bela cruz em amarelo forte estriado com arrepiados a lembrar art déco.


A pintura da cruz é soberba com arrepiados tal como nas ramagens em vermelho a contorná-la





















Produção de Aveiro da Fábrica. E.L.A
1929
Pintor:Valentim
Já vi uma lavanda e gomil deste pintor soberbamente pintada na mesma data.


Curiosamente recentemente apareceram no mercado algumas pias de água benta.
Vi uma Cavaco, pequena 



Ora pendurei-a só para registar a foto debaixo de um covilhete da OAL.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Cavalinho aguada amora Coimbra (?)


Comprei este prato em muito mau estado, com uma série de oito  "gatos" o que só pode evidenciar o carinho que o dono sentia por ele, para o continuar a estimar.Veio comigo porque é a segunda vez que avisto este motivo cavalinho com esta bordadura em esponjado ornado a floriado na tonalidade amora.
Sendo que os primeiros que vi o seu estado era novo, nunca usados, seriam uns seis, de tamanho mais pequeno, belos, de textura fina, leves, a rondar porcelana sem o ser, esmalte melado azulado que realçava mais a aguada em tom amora da estampa.Ainda tentei negociar um exemplar, debalde o "cigano Orlando" estava em dia não e só os vendia todos...Dizia-me "isto é Coimbra galega" ora tal jamais ouvi...

 Compare-se com esta travessa atribuída a Coimbra, a tonalidade mui semelhante e o jeito do    filete no rebordo


Decoração em "estampa cavalinho", na aba esponjados com floriados, toda a pintura se apresenta em cor monocromática a meias tintas que lembram o tom amora.O rebordo do prato é limitado por filete escuro do mesmo tom.
Atribuição do fabrico a finais do século XIX. Local -, Coimbra pela finura da textura e pintura, mas sempre interrogado(?).


Vejamos , os primeiros que vi eram em tudo iguais, apenas mais pequenos no tamanho e de beleza radiante no brilho amora, isto quer dizer que em cada fornada as cores sobretudo as meias tintas se podem mostrar mais escuras ou mais claras, e depois a cozedura também condicionava o brilho do esmalte com a temperatura, tipo de lenha e,...

  • Por acaso comprei dois covilhetes assinados OAL com o mesmo motivo que é a mostra do que falo- cada fornada a pintura pode não ser exatamente igual pelo que falei.
No 1º o azul é normal e no 2º é cobalto
No 1º o amarelo é ocre e no 2º é mais claro

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sacavém Real Fábrica para colecionadores

Para amantes da Fábrica de Sacavém apresento duas peças magníficas, quiçá raras.
  • Motivo lacinhos marcado na pasta Coroa referente ao periodo de  1885-1886.
Prato raso  motivo personalizado Camponesa  da Real Fábrica de Sacavém na cor monocromática azul. 
A decoração apresenta uma pastora sentada de cajado  semelhante ao de Jesus  e o seu rebanho.
  • O rebordo apresenta-se recortado  e pintado a dourado envergonhado(como os antiquários chamam, quando sumido, gasto)  ornado a cercadura relevada.
  • Pintura ao gosto do que se fazia na altura em Limoges como este. O meu amigo Flávio Teixeira presenteou-me com estes exemplares da mesma época.
 http://www.mercadonegroantiguidades.com.br/phpThumb.php?src=uploads/1389379763LO%20(227B).JPG&w=1860&q=60&dir=uploads/
  • Modelo lacinhos época de romantismo tardio.
Existem inumeros "personalizados"  o nome dado a qualquer motivo que seja meramente decorativo ou "De parede"
  • O outro meu  prato raso de rebordo recortado ornado a filete fino avermelhado.Um assombro pela delicadeza da pintura.
Decoração em reservas  de fundo azul  com pontinhos e arabescos eoutras em xadrez acastanhado limitadas por pequenas grinaldas em amarelo, delas irradiam flores suaves em policromia para o covo .


Lamento a qualidade das fotos registadas em plena feira com muita luz, não quis correr o risco de vender sem registar, como já aconteceu, e disso não gosto.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fábrica do Juncal e a sua reprodução

A faiança da Real fábrica do Juncal foi fundada em 1770 nos arrabaldes de Leiria onde haviam bons barreiros de argilas brancas. 
No tempo do Marquês de Pombal esta olaria teve foros de proteção alfandegária e isenção de taxas à exportação. As primeiras produções do Juncal eram muito semelhantes à das congeneres do resto do país, também o uso no copianço da moda de Ruão, geralmente  num tom avinhado borra de vinho, há quem lhe chame amora(?)  produzido por seixos da região, mais raras a pintura em azul e verde. 
  • Este meu prato o filete na bordadura apresenta-se amorado na mistura de azul forte e roxo, enquanto que o desenho a estampilha acastanhada borra de vinho.As mesmas dúvidas se Coimbra ou Juncal(?)
Juncal ainda usou a estampilha segundo vi no livro do Dr José Sampaio.
 
Esmalte tom de grão
  • O Dr. Jorge Pereira Sampaio defende a tese que o segundo período da fábrica começou em 1824, com a vinda de um ceramista de Coimbra -, José Fernandes da Fonseca, sendo o período mais original do Juncal.Os motivos decorativos deste período são conhecidos pelos nomes de Avencas e Fogos-de-artifício.
A olaria foi destruída com a passagem dos invasores franceses.

O meu marido comprou-me este covilhete há tempos cuja origem, no primeiro encalço atribuo a Coimbra(?) pelo duplo filete no limite do covo e decoração -, mas pode ser Juncal (?) apesar de não ter a grega na pintura . Mas a textura da massa grosseira tipo grés intriga-me pois não a conheço em nenhum dos locais até hoje.

  •  Terrina da coleção da IF já mostrada em tempos num post alusivo do Blog Velharias do LuisY para comparação sobretudo da textura.
  • Agora a minha última aquisição-, uma reprodução do Juncal. 
O mercado anda a nadar nelas -, assinadas, mas vendidas aos incautos nas bancas como genuínas e caras.
Bacia de lavatório  ou lavanda a que falta o jarro.
Pintura a cor mono cromática avinhada com motivos florais ornada no rebordo a filete fino ao limite do covo e relevos a limitar reservas de rebordo recortado pintado a els.



  • Mostra-se bem pintada por comparação com a de baixo
Pintura verdadeira

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Fábrica das Devezas no motivo cavalinho

Encontrei esta travessa num estaminé de chão-, espólio de avós que o neto se desfazia a troco de euros...

É bem verdade que a "estampa cavalinho" se desgasta no tempo pela abundância no mercado....pelo menos para mim.  Porém será sempre interessante e gratificante contemplar porque foi a primeira peça que colecionei-, da minha avó, em verde de Sacavém .
  • Gosto desta tonalidade grená, já vi  na mesma fábrica um ramo de cravos da mesma cor
O interessante neste motivo é a forma como foi alterado -, embora se pareça no olhar o mesmo,  não o é -, difere. Se tiverem atenção o cavalo tanto se apresenta pela direita como pela esquerda, tal como diferenças no pedestal, paisagem e bordadura. O mesmo aconteceu no motivo Cantão Popular, julgo que em mais nenhum outro motivo tão vastamente pintado se mostra assim diverso. Mas acrescente quem mais saiba.

Esta minha travessa de Sacavém, motivo Granito


Ora a travessa maravilhou-me pela cor em vermelho.
  • Fabrico da Fábrica Devezas de Gaia.Marcada no tardoz no verso com marca vermelha.
Revela uma textura  de grande porosidade no tardoz e até na frente, tais os buraquinhos que a massa apresenta, fruto quiçá de argilas com mistura de detritos que na amassadura não se agregam em homogeneidade e na cozedura se abrem para a saída de ar...Tal como acontece nos bolos, se não forem bem batidos para saída das bolhas de ar.
Neste fim de semana além destas duas comprei outra em verde aberto -, Corticeira, Porto que não registei a foto. A de Sacavém também é linda pela homogeneidade, bem pesada e consistente. Sea tivessem mantido no tempo esta textura a loiça seria muito mais valiosa.
  • Ora ficam as duas na minha coleção junto de outra da Coticeira do Portoem amarelo torrado.
 

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...